Wednesday, March 02, 2005

1º Capítulo

Aqui deitado a escrever
Pensando na apocalíptica vida que levo
Não sei bem se contínuo
Não sei bem se esta merda de vida
Terá a subtileza e o engenho de subsistir

As dúvidas e desencontros
porque certezas muitas e encontros nenhuns
São conclusões há muito chegadas e concluídas.
Sei do que gosto mas não me realizo
Sou fraco, pouco inteligente, sobretudo convencido
Não me acho feio
Mas pelo que vejo, interessante e desejado
Nada
Apenas um chato com mania de génio

Sim sou génio
Génio como tantos outros milhões neste mundo
Daqueles de trazer por casa
Que só pensam em si e copiam as incertezas
Dos outros seres génios imaginários
Assim

Sem amigos
Só aquilo que é sentido e não correspondido
Poderei eu continuar?

Esta geração psicadélica
Que quer revoltar-se
Mas não sabe bem contra o quê ou quem
Apenas sozinho e longe
Do mundo de promessas vãs
De adolescência querida

Sou deslocado?
Não
Somos todos assim
Mas só agora é que chegou
A minha vez de ressentimento
Que me tolda o espírito
Mas que me pára no tempo
E não me dá forças para continuar

Oh! Decadência do mundo
A genialidade já não é
O fardo de alguns apenas
Mas de todos os seres geniais que existem

Grito
Grito sim
Mas só sou eu
Não
Não sou
Se eu tivesse vivido há trezentos anos atrás
Seria um pobre
Hoje pobre sou

Pergunto-me se haverá esperança para mim
Se acabará como num filme cor-de-rosa
E que acreditando nestes misticismos renascidos
Quais fénix das cinzas
Me encham o sentimento
(Lamechice)

Mas não, a vida é dura
Não, não, não
Negação do interior ser
Quero ser
Não, não, não
Não sou

AAAAAAAAAAAAAARRRRRRRRRRRRRRRGGGGGGGHHHHHHHHHH!!!

Êxtase atingi neste momento solene
Experiência adquiri, não desabafei
Atingem-me novas culturas
Não pintura, ou escultura, ou nada
É a televisão, amálgamas de ferro de tudo
Que é amálgamas que existem hoje
Está de rastos
De rasto ao ar, de tromba para dentro
Homos casuality
Incerteza é isso incerteza

Farto disto tudo
Da complexidade humana
Sei lá se quero evoluir
Isto está mau
Só aparências, só formalidades
Mas interiormente sou pobre igualmente
Proxeneta de mim próprio
Contra paredes descarregando
Sémen coberto de lamúrias
Já que nem putas apanho

Sem dinheiro
De mão gasta
Feio como um velho
Acudam-me da vida
Da vida menina
Vós
As verdadeiras, as reais
Este conhecimento não meu
Mas da televisión reprimida de los niños como yo

É que já não consigo fazer nada
Nem jogar com aquela esfera de couro
Em que nem me safava mal
Já nem isso

Mundo cruel aí vou eu
Luz do sol ilumina o meu caminho
O caminho para a miséria quase certa
Que é esse o caminho a seguir
Pelos quadradinhos da BD vida.

Ah! . . só surgem mentalmente insultos
Este . . já vos esclareceu bem a vida
Mas isto não há censura
Choque, choque, choque

Velhinhas chocadas escutem
A indignação perversa
Do homem louco e nu à janela
De um apartamento a vinte andares do solo
Gritando
Puta de vida, merda de vida
Caralho para isto tudo
É uma merda viver assim
Cabrões de uma vida devassa e desgastada

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