Wednesday, March 02, 2005

2º Capítulo

Ah! Luxúria terrestre
Como é bom
Hoje
À noite
Eu vi-te
Formalidades tão desprezíveis
Passagens modelisticas do cocktail esverdeado
O dinheiro escarrapachado em colecções
Madames e misses
Top-models do não ser
Aparências
É bom marcar-se a sua posição
Interesseirismo do nada

Clique claque
Outro flash disparou
Papparazzi conquista ganha pão
Íntimo normal devassado
Contínua a secreta paixão
Olha!
Chegou agora neste momento
É ele
O grande cabeça de melão
Apesar de ser todo ele cultura
Advoga o contrário dele
Mas mesmo comendo passas gordas
Ele passa o tempo do imaginário
Deixando relógios correndo durante
O tempo do ser e do não ser, que ele é

Percebeste-me?
Clona-o
Vive-o
Clona-o
Clonar!
Está tão in
Lembrei-me agora do ser clonado
É ele o ser real?
Quem diz que não?
Éticos imorais?
Será que ele é?
Colocar-se-á ser?

Falta-me inspiração
O ser deixa-me
Mas bombom
Troca-me as voltas
Volta para o caixão e cai
Nosferatu volta

Olha ali na TV isto só visto
Soca o homem melão e torna-se herói da malta
Acabou de ser prensado
A imprensa gabou-o
Agora acabaram os flashes
Escondido novamente
Máquina fotográfica em punho
Rochas ultrapassadas
Chuva, calor, frio
Nada o detém
Ídolo dos paparazzi
Ele é o incógnito
Tirou diversas fotos
Mas destas poucas existem
Tão poucas que até dinheiro valem
Aquela coisa menor que sabemos

Mas serve para ser novo
Novo novamente, eterno
Fotograficamente falando, claro
Ele de riste encontra a sua dama
E o meu paparazzi predilecto
Lá estava para captar o sono
Tão dourado dos dois anjinhos

Não é tão bonito
O mundo está melhor
O sol, a chuva
Só evas me escasseiam
Não escasseiam, apenas não existem
E lá voltamos ao ser secreto

É ele sim
O ser minguado
O celeste ser eu
É ele que me seduz
Ela nada me conduz
Se ela me conduzisse?
Queira eu safado perverso
Cala-te paparazzi
Sei que estás aí, mas cala-te
Apenas dispara
O céu espera-te
Revistas aí vou eu
Desiludam-se que eu sou nada

Sintam o poder dele
Ele volta
Sangue devora
Ávido do vermelho líquido
Ai é tão bom não é
Poder enorme e eterno
Fecha-me e devora-me com fragor
Fecha o ser dominante em mim
O perverso.

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