Wednesday, March 02, 2005

7º Capítulo

Mas que abulia eu sinto
A vontade é nula
O estímulo é nulo
O prazer é nulo
Cada dia uma catadupa de prazeres
Que me passam ao lado
Que me quebram e requebram
O movimento e ritmo quotidiano.

Pensando em Álvaro de Campos
Estou aqui só
Angustiado?
Não
Tenho bem a certeza
Apenas só.
Os sons desvanecem-se...
O tic-tac inexorável do relógio
Aumenta o número de minutos
De horas
Acumulados sem aproveitar a vida
Tento...
Repetindo gestos
Milhares de vezes repetidos
O escutar da noite
Da solidão imensa que me abrange
Nesta minha pequenez.

As estrelas
As constelações
Todo este céu esmaga-me
Os sons silenciosos da noite
Aplaudem o meu ser só
A noite bela
Desiluminada
Atrai-me
Lembra-me da minha vida
Dos sons
Dos cheiros
Passados ao lado
À distância das pessoas
Posto de parte
Sempre
Desde a pequenez.

Só!
Será assim que continuarei?
O apocalipse então aproxima-se
O meu apocalipse
A transferência do eu
É opaca
Tento vislumbrar algo...
Vazio sem cor...
Assim se faz uma vida
Normal...

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