Wednesday, March 02, 2005

10º Capítulo

Eu sou tu
Tu és eu
O sonho perdura
Mas o pérfido Deus sabe
O lânguido olhar demonstra
A única acção tomada
Foi um calor
Uma mão
Que não existiram
Uma paixão obscura
De pensamentos crus
De alma e luz
Não percorridos os metros
Ou quilómetros
Tanto faz
Mas a força conduz
Ao incerto
Ao não
À inexistência de ti
Ao calor frio
À mão frouxa
Não me cuides
Não me adores
Não passes o teu
Para mim
Pois assim
Deixo de existir
Pois o meu reflexo
A tua atitude
Só me desgastam
Só me toldam o espírito
Ou talvez não
Não me iludas
Tarde de mais
Não me chames
Eu não te quero
Tu não existes
Tu és um fragmento
Um pedaço
Uma invenção
Não passámos aquele tempo
Não nos amámos
Não nos conhecemos
Não te esperei
Não me esperaste
Não quero
Não posso
Não.

O homem
Fecha-se na sua concha
A mulher abriu-a
Tornando-a mais espessa ao fechar
A dor da repetição
Adensa-se
Eu estar positivamente
Fechado.

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