Wednesday, March 02, 2005

5º Capítulo

Vou Divagar
Vou alhear-me do mundo e dos seus problemas
Vou sonhar com portas e janelas
Salas, corredores, seres antigos.

Rodeado de pedra
Espreito lá para fora
Claro que a loucura está acesa
O sol é fraco
O frio de rachar.

Ouve-se o tilintar do metal
Bramidos surdos de homens brutos
Homens realmente Homens, duros
Cavalos, cascos no chão
Gritos de dor

Regressei no tempo
Ali está o pai fundador
Que gloriosamente
Foi conquistando.

A peleja vai rija
Mas claro
Cristãos não podem perder
O senhor nosso Rei não Rei
Tenta a vitória almejada desde sempre
O senhor está connosco.

Rezas para que servem
É para isto?
A vitória segura
Para um mundo melhor.

Ele chega
Ferido, cansado, satisfeito
A peleja foi arrebatada
Faça-se a festa
Matem-se cinco carneiros
Hoje é à farta
À custa dos infiéis.

Mulheres violadas
Prato do dia
Quero ser um nobre
Estirpe não tenho
Coragem sim.

Glorioso Portugal
Acolhe-me sem reservas
Estou aqui para te servir
Sou teu
Apenas teu
Monarcas religiosos.

Avanço no tempo e na peleja
A nau está no seu destino
Haverá riqueza e prestígio
Para estes homens escorbutados.

O Adamastor é vencido
Donos do mundo somos
Vividas
Passadas
Momentos fatalistas.

Prendas
Bugigangas
Extorsão
Ouro
Nós fomos assim
Queremos eliminar o mouro.

Dominem budistas
Seres pacíficos
Crivem-nos de balas
Violem-lhes as mulheres
Aproveitem hoje
Amanhã pode já não haver
Feitoria erguidas
Nobres valores
Pobres valores
Tudo se conjuga para isso
Para o domínio total
Do mundo
Daqui supra Camões grito
Aí vem o Quinto Império.

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